Projeto de ampliação da Casa de Repouso do Bom Jesus dos Mareantes Caminha


NOTAS DO AUTOR

O objectivo primordial do presente projecto visa dotar a instituição de apoio social e lar de idosos com novas valências adequadas às necessidades actuais. O desafio lançado pela Direcção foi no sentido de melhorar e aumentar a capacidade de acolhimento, conferindo deste modo uma resposta social mais eficaz, relativamente aos problemas com que nos deparamos actualmente na sociedade.

As presentes instalações encontram-se localizadas em pleno centro histórico da Vila de Caminha, onde as opções para dar resposta ao programa pretendido eram reduzidas, uma vez que, estamos perante um espaço com uma grande componente histórica.

Na sequência da análise histórica realizada na zona de intervenção e respectivas sondagens arqueológicas, foram identificadas as antigas Portas de Viana e parte do conjunto amuralhado do Séc XVIII., que apesar de se encontrarem identificadas, foram sendo por todos nós esquecidas.

Um dos pontos importantes do projecto foi garantir que esta identidade do nosso passado não fosse desperdiçada, criando cumulativamente uma  conjugação entre o passado, o presente e  o futuro.

É importante criar um ambiente adequado às exigências das pessoas que aqui coabitam, potenciando assim o seu bem-estar físico, psíquico e emocional, sem contudo olvidar o património cultural que deve ser preservado.

Nesta harmonia de valores, o projecto contempla a criação e desenvolvimento de um espaço/local que vai de encontro à nossa história, designadamente através da criação de um núcleo museológico que vai permitir conhecer mais de perto as nossas origens.

A proposta agora aqui apresentada visa a ocupação de parte do logradouro, a sul do edifício “mãe”, com um volume em forma de “U”, composto por dois pisos unidos ao edifício pré-existente ao nível do rés-do-chão e primeiro piso.

A volumetria, o sistema construtivo, linguagem arquitectónica e os materiais propostos, visam a articulação do novo conjunto com a malha urbana existente, de forma a diminuir o impacto do mesmo no conjunto já construído.

Existem ao nível dos materiais que confinam com o arruamento, a preocupação de buscar referências ao passado, nomeadamente às antigas muralhas e portas de Viana.

A cobertura da nova volumetria é ajardinada, foi pensada de forma a diminuir o impacto visual e de manter na memória colectiva das pessoas a continuidade das muralhas, a partir das cotas superiores do miradouro, até ao ponto mais baixo localizado a poente do lote.

O edifício está dividido em três níveis, que se organizam por hierarquias e zonas de utilização autónoma, com uma capacidade de 83 utentes.

Os acessos ao conjunto podem ser feitos através da Rua Visconde de Sousa Rego, bem como do estacionamento a sul pela praça da Feira.

Na cave encontramos os serviços de apoio:

  • Balneários de funcionários;
  • Lavandaria;
  • Rouparia geral;
  • Arrumos;
  • Zonas técnicas.

 

No piso rés de chão:

  • Acesso principal;
  • Receção;
  • Serviços administrativos;
  • Direção;
  • Cantina;
  • Espaços de convívio e lazer;
  • Cozinhas e armazéns;
  • Capela;
  • Enfermaria;
  • Farmácia;
  • Sala de colaboradores e auxiliares;
  • Salas de vistas/estar;
  • Instalações sanitárias para visitas/utentes;
  • Instalações sanitárias adaptadas a mobilidade reduzida;
  • Banhos geriátricos;
  • Copas;
  • Salas de apoio;
  • Rouparias;
  • Comunicações verticais (escadas e sistemas mecânicos);
  • Sala de sujo;
  • Quartos;
  • Logradouros e espaços verdes de lazer;
  • Cais de carga e descarga.

 

No piso 1:

  • Quartos;
  • Salas de estar;
  • Instalações sanitárias;
  • Instalações sanitárias adaptadas a mobilidade reduzida;
  • Rouparia.

 

Na cave sul do logradouro, com acesso exterior:

  • Núcleo museológico.


 
Ecohome, Lda

Carlos Silva, Eng. Civil